Monday, May 23, 2005

Bienal

Ok: eu fui à Bienal. Mas não me orgulho nada disso. Como dizia o filósofo grego, "Bienal é ótimo pra quem lê de dois em dois anos". Enfim.

Estimo que a quantidade de pessoas inteligentes no dia em que eu fui era de cerca de dez (sem contar eu). Mas tudo bem, temos que levar em conta que nem todo mundo tem um cérebro totalmente funcional.

Pelo que eu entendi, a grande atração aquele dia era o Ziraldo. Se o Ziraldo é a grande atração, não tem como ser bom.
(Isso porque eu não falei que haviam atores de Malhação lá. Isso mesmo, Malhação.)

Só valeu a pena pelos estandes de livros vagabundos a 5 reais. Comprei três (e foi só o que eu comprei lá. Mentira, comprei uns pacotes de nuggets também. Eles estavam bons). Para compensar, fui obrigado a ver coisas terríveis:

1) Um pavilhão praticamente inteiro para livros espíritas. Sem maiores comentários.
2) Um sujeito vestido de aviãozinho da Varig, imediatamente apelidado de "Variguinho". Fiquei com medo.
3) A trupe (trupe!) do Circo do Topetão, que entrava na feira bem na hora em que eu entrava em um auditório (felizmente). Fiquei com medo também.
4) Alguns wunderbloggers (desconfio, desconfio).

Sunday, May 01, 2005

As aventuras de Vicente Valente num submundo de drogas e mulheres peitudas que se oferecem por dinheiro

Pois é, meus caros. lembram-se dele? É o nosso herói da covardia, Vicente Valente. Coitado, ele não tem culpa de ser assim: ele tem problema. Não fale mal do pobrezinho.
Após o triste episódio do shopping, nosso amigo Vicente caiu em depressão e resolveu que era hora de acabar com tudo aquilo. Que diabos, leitor, ele não queria se suicidar, não: ele resolveu ir a um psicólogo, fazer um tratamento contra as crises de pânico.
Conversou com alguns amigos (é, pra facilitar a história ele tinha amigos), ouviu conselhos e se decidiu por um famoso especialista, de linha lacaniana. A consulta mais cara da cidade (pra facilitar mais ainda, ele tinha muito dinheiro. Talvez por isso tivesse amigos. É, isso explica tudo).
E lá foi nosso personagem para sua primeira consulta. Fizeram com que ele esperasse quase uma hora, mas ele estava tão otimista e confiante na sua cura que nem ligou. "Agora vai", pensava.
Entrou para a consulta de cabeça erguida. Foi bem recebido pelo tal especialista, e logo começaram a conversar. Cerca de 10 minutos depois, o psicólogo falou:

- Sua consulta acabou. Por favor, o senhor se retire.
- Mas...mas...eu paguei por meia hora de consulta!
- Saia da sala. Por favor.
- Mas...mas...
- Meu amigo, uma das bases da psicologia lacaniana é...
- EU JURO QUE NÃO QUERIA TE OFENDER! EU JURO! NÃO ME EXPULSE, EU IMPLORO!
- Mas eu não estou te expul...
- AAAAAAAAAH! Não faz isso! Não! AAAAAAAAAAAAAH!

Era um daqueles ataques. Vicente começou a arrancar as roupas, numa cena deplorável. De-plo-rá-vel. Depois de alguns minutos, ele voltou a si. Estava no consultório, ainda. Lentamente, ele começou a catar suas roupas.
Depois de pegar tudo, saiu andando seminu em direção à recepção, sob o olhar atento do psicólogo. Envergonhado, esconde sua cueca mijada com os sapatos.
Pobre Vicente.